Quando começaram a anunciar a nova novela de SIC eu fiquei integrado, porque fiquei na expectativa quando levantaram um pouco do véu da novela, uma jovem e bela no auge da sua juventude e que começara uma carreira de modelo ia ficar tetraplégica, achei uma boa história, mas fiz a pergunta será que vão aprofundar a deficiência sem tabus? Ou vão tratar a deficiência superficialmente? E de facto a novela tem-me surpreendido muito, a jovem actriz leva a questão ate ao fundo sem tabus sem medo de chocar ninguém no horário nobre. A meu ver a sociedade não está preparada para assistir esta novela porque não sabe o que estar limitado, não sabe o que custa a nós deficientes estar no meio das pessoas e elas começarem a julgar mesmo que seja por pensamento ou pelo físico ou como nós apresentamos ou como nós falamos, qualquer dessas coisas que eu mencionei para as pessoas ditas normais é logo um bicho de 7 cabeças, e a personagem “Luciana” teve que estudar e pesquisar e estar e conviver conviver connosco para saber interpretar as nossas ansiedades as nossas angustias a nossa raiva e revolta, e ela está de parabéns porque interpreta muito bem a personagem às vezes até bem de mais.
Eu sempre tive vários sonhos durante a minha vida, um deles era ter uma namorada ou uma amiga mais chegada, quando o aparecimento da internet eu achei que era por essa via que iria encontrar uma pessoa especial, (de certa forma encontrei-a) mas estava puramente enganado, comecei a frequentar chats de conversação mais propriamente o IRC ou se quisemos chamar o mirc. Durante alguns anos andei por lá á conquista da minha cara-metade, alguns encontros eu fui tentar a minha sorte e com a ilusão que iria conseguir cativar as meninas que eu facilmente conquistara facilmente pela net, não é muito difícil criar amizades e depois levar a água ao seu moinho, basta ter um pouco de simpatia, conversa e o mais importante saber ouvir os desabafos das pessoas. Primeiro encontro lá fui eu à conquista de Coimbra onde morava uma jovem de 18 anos, que quis conhecer uma pessoa que a jovem dizia-me que estava apaixonada pelo um gajo mais velho, deficiente e com paralisia cerebral (grande maluco que eu era ou um grande otário), antes de a jovem me conhecer era uma pessoa depois de me conhecer tornou-se noutra pessoa (é o que eu chamo actualmente “antes de Cristo e depois de Cristo”), mas de certa forma compreendi a jovem porque as pessoas criam no seu imaginário u ma pessoa que não condiz com a realidade, mas quero de salientar que escondi ou menti a ninguém sobre a minha deficiência, mas resumir o encontro a jovem ficou muito chocada e desapontada quando me conheceu. Agora pergunto a mim mesmo como se pode amar uma pessoa e passado 2h ou 3h já não se amar a mesmo que matem o mesmo comportamento a mesma postura e o mesmo educamento? O que mudou foi só a minha deficiência que quanto a isso não posso fazer nada, palavras ditas pela jovem “não posso estar mais contigo porque a tua maneira de falar faz-me impressão”, perante isto como eu fiquei? Dói muito senti-me uma merda com vontade desaparecer, mas as pessoas tem que seguir em frente foi o que eu fiz não ia desistir logo no primeiro encontro. Levei algum tempo a dirigir, mas o que as pessoas não sabem é que “nós” somos fortes e vamos buscar forças onde as pessoas ditas normais vão buscar a depressão.
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